quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os desafios do jornalismo online

Semana passada tive a oportunidade de participar do 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido em São Paulo pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O tema era jornalismo online. Aliás, quem estiver afim de mergulhar em jornalismo sugiro que já comece a juntar uma grana e se programe para participar do 7º seminário, que ocorrerá nessa mesma época do ano que vem.

Ao longo de três dias foram mais de 60 palestras, oficinas e seminários com os papas da área no Brasil. Passaram pelo congresso, entre outros, Andrei Netto (Estadão-preso na Líbia); Gil Castello Branco (Contas Abertas); José Roberto de Toledo (Estadão); Felix Ximenes (Google); Fernando Rodrigues (Folha); Rodrigo Flores (UOL); Antonio Prada (Terra); Marcelo Rezende (Record); Marcelo Beraba (Estadão); Ricardo Boechat (Band); Heródoto Barbeiro (Record News); Daniel Scola (Gaúcha); Guilherme Machado (Diário de Pernambuco); Rafael Coimbra (Globo News); Solano Nascimento (UnB); Marcelo Tas (CQC); Eduardo Faustini (Globo); Eleonara Gosman (Clarín); Rosental Calmon Alves (Knight Center); Bette Luchese (Globo); Monica Puga (SBT); Ricardo Noblat (O Globo); Angela Pimenta (Exame); Aron Pilhofer (The New York Times); Márcia Menezes (G1); Míriam Leitão (Globo); Eliane Brum...


Além da produção de conteúdo online, se discutiu muito como intregrar web com TV, rádio e impresso. Aliás, o casamento do jornalismo online com o impresso é, sem dúvidas, o grande desafio do momento. Como disse Luciano Suassuna, editor do IG, hoje mais do que fazer jornalismo online de boa qualidade o desafio é fazer jornal impresso de boa qualidade e com relevância para o cidadão.

Mais do que o modelo de negócios em si (não, ninguém sustentou que o jornal vai acabar, mas sim ganhar logo logo um formato mais de análise, aprofundamento, detalhamento), se discutiu muito o papel do jornalista de hoje no meio desse fogo cruzado. A conclusão tanto de veteranos das redações do Estadão, da Folha e de O Globo é a mesma dos diretores de conteúdo do G1, Terra e UOL: online e impresso se completam e não existe mais (ou ao menos não deveria existir) profissional que faça apenas uma mídia. Questões trabalhistas à parte, o repórter pode e deve produzir conteúdo multimídia. São novas possibilidades que se abrem para ele transmitir melhor a notícia.

Para isso, segundo listou a editora do G1, Márcia Menezes, o jornalista de hoje precisa ter bom texto, fazer foto, imagens, se virar bem na informática, programação, webdesign, interagir bem nas mídias sociais... Enfim, aquela história de chegar na redação, pegar a pauta, ir para a rua, apurar a informação, voltar, escrever e ir embora já era. Ou está ao menos com os dias contados. Tá achando ruim? Pois saiba que as redações de online espalhadas pelo Brasil estão atrás de gente (para a Copa serão abertas muuuitas vagas) e pagam um pouco acima da média do mercado. Sem contar que produzir para online é muito bom, desafiador.


Para encerrar esse breve relato, deixo aqui um vídeo que gravei com a Ludmila (O Globo) e o Luciano (Folha). Os dois fazem vídeoreportagem em seus jornais e falaram um pouco sobre suas rotinas, equipamentos, linguagens. Na verdade a palestra era com a Ludmila, mas no fim juntamos os dois para gravar essa mensagem para a turma. Os trabalhos deles você confere nos sites d'o Globo e da Folha de S. Paulo.

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