
Os processos arquivados entre 1961 e 1976 foram copiados e microfilmados durante o próprio período da Ditadura Militar. O serviço foi realizado através de um trabalho apoiado por grupos das religiões católicas e protestantes. Advogados da época solicitavam o acesso aos processos, afirmando que seria apenas consulta. Porém, os documentos eram repassados a um grupo que confeccionava fotocópias antes do material ser devolvido.
Após a conversão dos documentos para microfilme, o risco de apreensão era menor. O transporte dos mesmos era outro ponto facilitado pelo processo de microfilmagem. Devido o medo de destruição das provas de violações dos direitos humanos, todas as cópias microfilmadas eram encaminhadas ao Center for Research Libraries, organização dos Estados Unidos que ficavam sob a guarda do material.Todas as cópias foram entregues Ministério Público Federal brasileiro durtante esta terça-feira.
De acordo com o vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Marcelo Zelic, o projeto possibilita um aprofundamento de pesquisas. Ele ainda afirmou que o conteúdo reúne um milhão de páginas que, através de um sistema de rastreamento, permite a localização de novos elementos importantes para a pesquisa manual que possam ter passado sem serem percebidos durante esses 26 anos de trabalho.
Já o procurador da República em São Paulo, Marlon Alberto Weichert, afirma que o sistema deve facilitar a difusão e a utilização pedagógica das informações contidas nas microfilmagens. Weichert destaca que é preciso educar o povo brasileiro em cidadania e também diretos humanos. E isso só é possível mostrando o que aconteceu, de maneiras transparente e imparcial.
Fonte: Agência Brasil
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