quarta-feira, 23 de março de 2011

É para on ou para o impresso?

Se existisse um contador - de voz ou até de pensamento - nas redações dos jornais que também fazem webjornalismo de terceira geração, a pergunta acima certamente seria a mais citada ao longo do dia. Os pesados investimentos que as empresas que produzem e distribuem conteúdo "no varejo" têm feito em suas versões online trazem na carona uma série de dúvidas cotidianas que acabam se sobrepondo à teoria e à experiência de profissionais já calejados.

Como o jornalismo está longe de ser uma ciência exata, é comum pauteiros, repórteres e editores se depararem com dúvidas que, de fora, parecem simples. Da pauta X deve-se "dar" o que no online? Nesse caso, abordar como o assunto no impresso para que ele não pareça velho? Alguém mais tem essa informação caso ela ser preservada para o jornal do dia seguinte ou corremos o risco de levar um furo? Até que ponto investir e ampliar uma pauta no online? Essas e outras perguntas têm alimentados longas discussões nas redações, seja dos jornais que nem diários são mas que fazem um trabalho sério no online, seja dos líderes nacionais do setor.

Notícias como esta são um exemplo claro de que, em pleno ano de 2011, os grandes jornais ainda estão se organizando internamente para lidar com uma explosão que está apenas começando. Não há, pelo menos por enquanto - e isso Luli Radfahrer deixou claro no encerramento de sua palestra na Unisc, ao dizer que não se sabe ao certo como e onde se quer chegar com essa "coisa" toda -, uma fórmula mágica a ser seguida. As empresas de comunicação estão, salvo as proporções, indo no mesmo caminho. Mas não sabem se logo adiante não precisarão fazer o retorno ou, ao menos, ajustar a rota.

O tema foi discutido - sob o olhar estratégico e de negócios, mas tratando também das redações multimídia -, no fim do ano passado no seminário do Internacional Newspaper Marketing Association (INMA), em São Paulo. Em um painel que reuniu editores de O Globo, Estadão, Folha e Zero Hora o tom foi muito parecido. Sérgio Dávila, diretor de redação da Folha, disse que vê o momento da integração e da convergência numa fase ainda inicial. Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado, avalia que há um tempo de maturação no processo.

Dentro dessa discussão, clicando aqui você confere um vídeo que a Folha divulgou no fim de fevereiro, na comemoração de seus 90 anos, que mostra o fluxo da informação na redação multimídia. Claro que isso na teoria. É mais do que certo que todos os dias alguém lança ou ao menos pensa na pergunta lá de cima. Você duvida?

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