sexta-feira, 29 de abril de 2011

Obstáculos de contatos

“Podemos fazer jornalismo de qualquer lugar para outro.” Essa frase foi confirmada pela jornalista e ex-repórter da Globo News, Tamira Lebedeff, durante uma palestra que ela ministrava na Unisc no último dia 18. Tamira falou que através de suportes tecnológicos que são disponibilizados, existe a possibilidade de fazermos jornalismo de qualquer local para os “quatro cantos” do mundo. Eu concordo com a jornalista. Principalmente, após um episódio ocorrido nesta semana aqui em Santa Cruz, onde minha tarefa era fazer uma entrevista através da unidade móvel da rádio em que trabalho em uma localidade no interior do município, há aproximadamente 15 quilômetros do Centro.

Em primeiríssimo lugar, mal tinha concluído os primeiros trabalhos que realizo cedo da manhã e já recebi a ligação de um dos diretores da rádio sobre um encontro realizado no interior. Cheguei ao local e o evento não era nada parecido com o que tinham me avisado na rádio. Tampouco, era evento e se juntasse todos os participantes, não era o suficiente para considerar um encontro entre os moradores locais. O tal acontecimento tratava de um programa de troca de sementes de milho, corriqueiro em tudo que é local e não merecedor de uma pauta. Mas já que estava lá e o chefe tinha exigido uma interseção, fazer o que?!

Então tentei estabelecer uma ligação com a rádio através de meu aparelho de telefone celular. Mas o sinal estava fraco. O entrevistado pediu para irmos ao lado do muro do cemitério local onde o sinal era melhor, mas mesmo assim os cortes na ligação eram cruéis. Logo em seguida perguntei à minha fonte se havia próximo ao local onde estávamos uma residência que possuía telefone fixo. A casa que se localizava em frente ao pavilhão, para onde fomos logo em seguida, não possuía um telefone fixo, mas existia um celular com antena externa e que mantinha um excelente sinal. Fomos até a casa e o aparelho estava descarregado. Procuramos o carregador.

Depois de procurar em muitos lugares o tal carregador, achamos o “dito cujo”. O celular ligou um tempo após ter sido ligado e então estabeleci contato com a rádio, pois tinha poucos minutos para entrar ao vivo. Para completar, após todas essas dificuldades e a certa irrelevância de pauta, o sinal que falei anteriormente era bom. Como dizem os usuários do aparelho, existiam todos os “risquinhos” (intensidade do sinal). Mas não sei o que ocorreu com a ligação, pois piorou a qualidade. Logo em seguida, também caiu o cabo da antena que mantinha a ligação. Mas refiz o contato e concluí a móvel. Todo o drama teve um final feliz.

O que quero dizer é que com pouca estrutura, consegui estabelecer contato de um lugar que era praticamente impossível. Não perdi a viajem. Ao mesmo tempo, já cliquei algumas foto que o chefe pediu para publicar no jornal. Se com pouco suporte (somente celular com antena) conseguimos dar andamento ao trabalho, imagina com outros aparelhos que cada vez mais modernizam a estrutura do webjornalismo? Sem falar nos dispositivos usados em outros países, como por exemplo, o Egito e o Japão, onde ocorrem, respectivamente, as guerras civis e tsunami. Neste ponto de vista, volto ao início do post em que concordo com a Tamira sobre o que ela falou. E vocês, leitores, blogueiros, profissionais da área, colegas e professor, também concordam?

Um comentário:

  1. O limite é exatamente o que fazer. O que é relevante e que realidade quer mostrar.
    O conteúdo por trás ou em vanguarda das ferramentas. Diariamente construímos novas formas e de fato dominamos a possibilidade de, ao menos neste planeta, nos comunicarmos em larga e micro escala. Esta comunicação controla processos, máquinas, inteligência humana e artificial. Agora nosso limite é superarmos o abismo do entendimento, nos comunicamos, mas não nos entendemos, seguimos subordinados a pura e inconseqüente ação consumista. O que fazer para que o jornalismo constitua mudança significativa para um futuro conturbado que se apresenta? Porque será que não há ainda sinal de internet nesta localidade?
    O Plano Nacional de Banda larga, por exemplo, que visa estabelecer condições para acesso de banda larga a todos no país, está travado exatamente nos problemas resultantes das privatizações da década de 90. Hoje o Estado ou o povo não podem optar por garantir este direito, precisa necessariamente atender interesses dos grupos beneficiados pelas privatizações e, no momento, o interesse é pelos bilhões para execução do plano. Há alguns dias o governo anuncia a rendição, definitiva, e terá a TELEBRAS como reguladora, com reduzida participação no mercado de distribuição. Talvez com este imaginário o governo acredite que no mercado privado possa reduzir um dos mais caros serviços do mundo, atendendo ao lucro e a sede de expansão de empresas européias sob a sede de se recuperarem da crise, novamente na sua colônia.
    Grande abraço Júlio

    Alan

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